quinta-feira, 31 de março de 2011

PRECISO FALAR


 Preciso falar com alguém,
 Que entenda e ajude-me,
 A desatar esse nó,
 Na garganta.

 E esse grito que espanta,
 Não sai,
 Voz que não voa,
 Não mais.

 Contorso-me,
 Tédio e angustia,
 Augusta solidão,
 Tremor nas mãos.

 Fito o vazio,
 Me vem o constrangedor
 Calafrio e eu
 Preciso falar.
 
 Esse sentimento
 De apoptose,
 E como célula kamikaze,
 Pressinto e estimo a morte.

 Não dizer é morrer,
 Sentimento expresso
 É viver,
 Preciso falar com você.

 Mas primeiro desate esse nó,
 Esse sentir de só,
 Essa falta de sol,
 Noites mudas.

 Profundas angustias,
 Tenazes companheiras,
 Cruel ribanceira,
 Movediça e traiçoeira.

 Agora esse nó estrangula,
 E minha única cura,
 Não me vem salvar,
 Precisava apenas falar.



2 comentários:

  1. Muito forte e envolvente seu texto, meu querido. Uma harmonia perfeita entre o poema e imagem. Aliás, essa imagem do Edvard Munch, para mim, é a maior representação artítica do expressionismo. Andriz, existe momentos em que nos sentimos assim e, gritar em poesia, é um desabafo seguido de consolo. É sempre muito bom te ler! Um beijo na alma!

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  2. MEU QUERIDO POSTEI COMENTÁRIO ONTEM, MAS SEI LÁ , NÃO ENTROU. ENTÃO AQUI ESTOU EU DE NOVO.
    TE ACHO UM SUPER POETA, MAS FALE MAIS, SOLTE-SE, NÃO GUARDE TODA ESTA DOR QUE TE CORRÓI. DEIXA SAIR ASSIM FEITO POESIA, FEITO MÚSICA, DRENANDO TODO RESSENTIMENTO, DEIXANDO FLUIR UMA LUZ NOVA, UM SENTIDO NOVO DE AMOR EM TUA VIDA.
    PARABÉNS, VC É DE VERDADE UM POETA.

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